7 de agosto de 2024

Speed Duels TCG: O que deu errado?


Eai galerinha, tudo bem?
 
Neste post vamos discutir sobre o que deu certo e o que deu errado com o Speed Duel no TCG, esse formato que foi apresentado em 2019 como uma forma mais simples e beginner friendly do jogo principal assim como foi o Yu-Gi-Oh! Duel Links em 2017. Conquistou muitos fãs logo no lançamento e trouxe de volta muitos jogadores que haviam parado de jogar devido ao aumento da complexidade nas últimas décadas.
 

O início 

O Speed Duel foi lançado com um produto diferente: Duas caixas com 3 Starter Decks pré-montados cada: Destiny Masters (Yugi, Pegasus, Ishizu), e Duelists of Tomorrow (Mai, Kaiba, Joey). Além disso o formato trouxe um novo tipo de carta: Skill Cards, que funcionam exatamente como as Skills no Duel Links. 
 
Esse produto foi bem aceito e vendido, se tornando base para a maioria dos decks competitivos do formato pouco tempo depois.
 
Em Agosto de 2019 foi lançado os Starter Decks para o Weevil e Rex. Esse não foi tão popular quanto os antecessores e até hoje estão no estoque das lojas, sendo vendido pouco, o que era de se esperar já que os decks possuem poucas cartas relevantes e os personagens da capa não eram tão populares.

Booster Packs 

  

Todos lançados ainda em 2019 em intervalos curtos, os Boosters do Speed Duel eram como se fossem mini-coleções. Com uma pool limitada a 45 cartas únicas e 5 cartas de habilidade, cada pack continha apenas 4 cartas, tornando a missão de completar a coleção um pouco complicada.
 
Trouxe vários suportes para os decks iniciais e introduziu personagens como Bonz, Mako Tsunami e Bandit Keith, além de muitas outras cartas que se tornariam staples.
 
Os booster packs trouxeram um sentimento ruim para quem comprou os decks iniciais, pois significava que quem quisesse completar o deck do Yugi ou do Kaiba, por exemplo, teria que tentar a sorte nos packs, o que não era muito do perfil de quem estava começando a jogar Yu-Gi-Oh! recentemente. Isso afastou muitos jogadores, mas ainda bem que a Konami percebeu isso a tempo e cancelou esse tipo de produto.

Segunda Onda 




Em 2020 foi lançado mais 2 produtos de Starter Decks: Match of the Millenium e Twisted Nightmares, com suportes para os decks de Yugi e Pegasus, e introdução de Bakura e Marik para o jogo. Esses decks foram supostamente mais vendidos do que o Ultimate Predators e funcionavam bem em combinação com eles mesmos (Yugi e Pegasus focados em Rituais e Bakura e Marik focado em monstros DARK/Fiend).
 
Como os booster packs não deram certo como no Master Duel, a Konami teve que ser rápida em criar um novo produto para continuar vendendo suas cartinhas nostálgicas e fazer o formato vingar, e a solução para isso foram as caixas grandes, e a primeira foi a Battle City Box.
 
Uma caixa com quase 250 cartas que poderiam formar 8 decks prontos para jogar: 3 para o Yugi (Dark Paladin, Phantom Beasts, e Magnet Warriors), 2 para o Kaiba (XYZ Machine, Blue-Eyes), além de um deck baseado no Umbra e Lumis e as máscaras, um deck baseado no Espa Roba, com Jinzo, e um deck para a Ishizu. Além dos decks prontos a caixa tinha cartas comuns adicionais, que era uma boa forma de adicionar cartas ao formato sem precisar vinculá-las a um personagem específico e ainda trazer suportes e Skills para outros decks, o que antes era a intenção dos booster packs.
 
O legal das Boxes é que também é um ótimo presente ou atividade para fazer com quem tem amigos (yugiohzeiros tem amigos?), onde mini-torneios de 8 poderiam ser formados casualmente com os decks prontos e podendo até trazer um elemento de roleplay onde cada um incorporaria a personalidade do personagem do deck que estava usando. 

Pandemia, Hiato e Introdução do Yu-Gi-Oh! GX


Devido a pandemia de Covid-19 o Speed Duel teve uma pausa, não recebendo nenhum produto novo em 2021. Além disso, a caixa do Yu-Gi-Oh! GX que era para ser lançada em Fevereiro de 2022 foi adiada para Abril do mesmo ano devido a problemas de logística. Essa pausa de quase 1 ano e meio sem produtos novos afetou negativamente a popularidade do formato.
 
A caixa do GX em si trouxe a nostalgia do segundo anime como um todo, introduzindo decks para os personagens: Jaden, Aster, Chazz, Crowler, Alexis, Jesse, Zane e Axel. Essa coleção transformou completamente o competitivo, apesar de não ser tão popular quanto aos produtos do DM. 
 
Alguns pensam que o GX foi introduzido muito cedo para o formato e queriam ter um pouco mais da experiência do DM antes disso acontecer. A Konami pensou diferente, já lançando um novo produto do GX logo em sequência: A mini-caixa Midterm Paradox.
 
O objetivo da mini-caixa é ser mais acessível, com metade das cartas da caixa grande e apenas 4 decks prontos para jogar, dessa vez trazendo um deck com novas fusões para o Jaden, e introduzindo o deck do Syrus, Bastion, e Paradox Brothers, que também apareceram no DM mas aqui representam a aparição no GX.
 
Essa primeira mini-caixa não fez tanto sucesso quanto às caixas anteriores, mas isso pode ser culpa do conteúdo delas em si e não pelo formato menor, sofrendo o mesmo destino dos decks iniciais do Rex e Weevil que trouxeram personagens menos populares. 
 
A terceira box do GX já foi mais compreendida por focar no arco dos Duelistas das Sombras: Jaden (Rei Supremo), Nightshroud (Irmão da Alexis), Camula, Tania, Titan, Amnael, Kagemaru e Adrian. Introduzindo tanto arquétipos novos como Cloudian e Evil Hero quanto suportes para arquétipos já lançados (como Dragons, Zombies, e Amazoness), além de outras cartas avulsas e úteis em variados decks e alguns reprints, além do chamativo comercial: as Feras Sagradas.


Retorno à Era DM e Segundo Hiato

Como as caixas do GX atraíram novos jogadores para o formato, já era difícil ter acesso às cartas lançadas lá em 2019 nos decks iniciais e os polêmicos boosters, então tornou-se necessário voltar à era DM com uma nova caixa trazendo vários reprints das primeiras coleções.
 
E Streets of Battle City faz isso muito bem, trazendo um bom equilíbrio de reprints e cartas novas, e focados em personagens diferentes em contraposição da primeira caixa do DM que continham 3 decks para o Yugi por exemplo. Nessa caixa tivemos decks para: Yugi, Joey, Weevil, Espa Roba, Mako, Rare Hunter e Arkana. Com Weevil e Mako retornando da primeira temporada, Espa Roba trazendo novos suportes para o Jinzo, enquanto o deck do Rare Hunter é uma coleção de cartas aleatórias e reprints muito bem vindos.
 
Depois de quase 1 ano após o lançamento dessa caixa em 2023, em março de 2024 tivemos uma segunda mini box do GX, dessa vez focada na segunda temporada do anime, com decks para Jaden, Sartorius, Hassleberry e Jim, servindo de introdução para os tão aguardados Neo-Spacians do Jaden e outros monstros icônicos.
 
Porém essa coleção veio em volto de uma polêmica e uma notícia triste: A Konami decidiu que não iria mais distribuir os produtos do Speed Duel para a Europa, sendo um produto exclusivo norte americano, o que na época gerou revolta e desanimou muita gente que estava engajada no formato.

O fim de uma era?

Em Novembro desse ano teremos a última box anunciada até então, e será focada novamente no DM, no arco da final da Batalha da Cidade, com deck para os 8 semi-finalistas: Yugi, Joey, Kaiba, Mai, Bakura, Odion, Ishizu e Yami. Essa caixa provavelmente trará muitos reprints e suportes para os decks lançados lá em 2019.
 
Semanas atrás a Konami anunciou que o produto Speed Duel como conhecemos estará fazendo uma pausa, sem produtos novos após este anúncio. Eles ainda prometeram que vão lançar pelo menos mais uma onda de cartas, trazendo personagens como Noah, Duke e Tristan (provavelmente uma mini-box ou box focada na temporada do Mundo Virtual). 
 
Alguns acreditam que essa "pausa" seja uma forma comercial de dizer que o formato vai deixar de existir, mas que eles querem que você ainda compre os próximos produtos e fique torcendo para voltar. Outros acreditam que pode ser uma pausa para introduzir a era do 5D's após mais um hiato. Outras pessoas  acreditam que seja um sinal que o Rush Duel está vindo para o TCG.

Conclusão

É compreensível que o Speed Duels não foi tão popular quanto a Konami antecipou e podemos discutir várias teorias do porque isso aconteceu, afinal acima de tudo esse produto foi uma ferramenta que a Konami usou para trazer jogadores tanto novos quanto antigos de volta para o jogo, servindo como porta de entrada para o Master Duel assim como foi o Duel Links inicialmente (que depois se tornou um produto bem sucedido por si só). Podemos ser pessimistas em acreditar que não vai continuar, ou otimistas e acreditar que ele vai voltar, talvez com produtos diferenciados no lugar das caixas, mas enquanto não temos um pronunciamento oficial, vamos especular.
 
E você, o que acha do Speed Duel? Chegou a investir no formato ou preferiu não arriscar? Acredita que ainda não seja o fim? Conte para nós nos comentários!
 
 
Até mais!

2 Comentários:

Fernando Lucas disse:
7 de agosto de 2024 às 22:55

Toda vez que o jogo reinicia para a época em que os monstros normais eram relevantes, todos se animam. Recordar é viver. E só vendeu o que vendeu por isso.

Agora alguns pontos não abordados mas importantes na minha opinião:

1 - A obrigatoriedade de comprar a carta do Speed Duel pra jogar SP afastou inúmeras pessoas do formato. Uma mísera carta do TCG que eu já tenho por 1 real não pode ser usada no Speed e se no Speed ela for uma staple ultra, uma carta que eu já tenho de 1 real eu teria que comprar de novo por 80 reais só pra jogar o formato, isso foi a maior BURRICE que a konami poderia ter feito, obrigar as pessoas a comprar de novo cartas que já tem.

2 - A maior contribuição do Speed Duel na minha opinião foi servir como porta de entrada para que várias cartas esquecidas no OCG finalmente chegassem aqui no ocidente, tem várias cartas lançadas em 1999 no japão que só foram printadas no ocidente pela primeira vez dentro do Speed Duel, cito alguns exemplos: Neck Hunter, That Which Feeds on Life, Yaiba Robo, Big Insect, Hourglass of Life e Crazy Fish. Para colecionadores de cartas esses imports foram um presente maravilhoso.

Abraços e mantenham o bom trabalho nas postagens.

Cyberblu disse:
7 de agosto de 2024 às 23:45

Obrigado pelo comentário, Fernando.
Concordo com os seus pontos, essa regra de só poder usar as cartas estampadas não agradou.

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