|
Troop Dupe Scoop em 2007 |
2008 - O FORMATO "DAD"
Lançado em Janeiro de 2008, na coleção
Phantom Darkness, o
Dark Armed Dragon, ou popularmente chamado de
DAD foi uma carta que mudou completamente o cenário do Metagame, criando o que hoje conhecemos como o formato "DAD". O primeiro Deck de maior relevância nesse contexto foi o
Return DAD, que era totalmente focado em monstros de TREVAS e em banir cartas. Cartas como
Allure of Darkness,
Dark Grepher e
Armageddon Knight também haviam sido lançadas na mesma coleção e se tornaram as cartas chave do Deck.
A ideia do Deck era trazer o Dark Armed Dragon o mais rápido possível para o campo, controlando enquanto enviava recursos para o Cemitério. A partir daí, o Dark Armed Dragon poderia ativar seu efeito continuamente e destruir inúmeras cartas no mesmo turno, e para isso, se utilizava da engine da Destiny Draw e Malicious, além de conseguir dar OTK pelo efeito da Return from the Different Dimension para trazer de volta ao campo todos os monstros de TREVAS que haviam sido banidos para ativar o efeito do Dark Armed Dragon. O Deck teve resultados positivos no primeiro torneio que participou na época, mas não chegou a vencer, pois outros Decks também começaram a se destacar no formato. Contudo o formato DAD estava longe de acabar, e eles fariam seu retorno triunfal em breve.
Outro Deck que tinha certa relevância no início de 2008 foi o
Kaiba Control. Esse Deck era mais um dos Decks de FTK enfadonhos da época, mas num cenário não tão veloz conseguiu certo destaque. A premissa era simples, e girava em torno de continuamente ativar o efeito de
4 cartas:
Shadowpriestess of Ohm,
Dark Magician of Chaos,
Dimension Fusion e
Spell Economics.
A Shadowpriestess tem um efeito que a permite oferecer um monstro de TREVAS como Tributo e causar 800 de dano ao oponente, e obviamente isso não era uma vez por turno. Assim a ideia era oferecer como Tributo o Dark Magician of Chaos e com isso ele seria banido por seu próprio efeito. O próximo passo depois disso era ativar a Dimension Fusion para reviver o Dark Magician of Chaos que havia sido banido, e assim, quando ele fosse Invocado poderia buscar novamente a Dimension Fusion do Cemitério para a mão, podendo fazer o loop novamente. A Spell Economics servia para burlar o custo de pagar 2000 LP, podendo fazer isso continuamente e de forma controlada, até zerar os pontos do vida do oponente. O Deck não durou muito no meta, mas foi consideravelmente forte para ser listado aqui. Uma curiosidade é que, apesar de não ter nenhuma carta do Kaiba envolvida nesse combo, o Deck recebeu esse nome pois o seu criador Erin Diaz, tinha como personagem favorito no Anime o Seto Kaiba.
Foi com o lançamento da coleção
Light of Destruction que o TCG experimentou mais uma mudança no metagame, com a chegada de 2 novos Arquétipos extremamente fortes:
Gladiator Beast e
Lightsworn. Na verdade, tecnicamente os Gladiator Beast já haviam sido lançados em 2007, mas foi a partir da chegada do
Gladiator Beast Gyzarus que eles passaram a de fato participar com mais efetividade do metagame, sendo o primeiro Deck a fazer fusão sem usar nenhuma carta de fusão específica, e sim por mecânica, através do que hoje chamamos de Contact Fusion, algo que foi totalmente revolucionário para a época.
Já os Lightsworn conseguiam rivalizar com o Return DAD graças ao Judgment Dragon, que entrava em campo de maneira similarmente fácil (ao possuir 4 ou mais Lightsworns no Cemitério), e como o Return DAD destruía cartas continuamente, ficar com o Cemitério lotado de monstros não era nenhum problema. Uma vez em campo, o Judgment poderia, simplesmente ao custo de pagar 1000 LP, destruir todas as outras cartas no campo de uma só vez, incluindo o DAD e todas as Backrows que o protegiam, sem contar que ele possuia 3000 de ATK, sendo o Boss Monster mais forte dentre todos os outros do meta, e assim foi possível para eles rivalizarem com os Decks do meta.
|
Return DAD em meados de 2008 |
2009 - A ERA SYNCHRO E O TELE-DAD
O ano de 2009 seria um ano de completa transformação na história do jogo, com a chegada dos Monstros Synchro no final do ano anterior, derivados no Anime Yu-Gi-Oh! 5D's e que traziam consigo um novo "sub-tipo" de monstros, chamados de Tuners, que seriam utilizados juntamente com outros monstros para Invocar um monstro do Extra Deck cuja Nível fosse igual a soma dos Níveis dele, mas apesar das opções serem relativamente poucas, muitos Decks passariam a se aproveitar dessa nova mecânica, e o principal deles seria o antigo Return DAD.
Agora chamado de Tele-DAD, o Deck passou não só a se aproveitar do efeito do Dark Armed Dragon, mas passou também a utilizar uma nova engine que serviria tanto para Invocar Monstros Synchro, mas também para encher o campo de monstros e facilitar um potencial OTK. O Krebons era um monstro Regulador de Nível 2, e poderia ser Invocado graças ao efeito da Emergency Teleport, uma carta que se mostraria muito importante para esse formato. Uma vez em campo, você poderia utilizá-lo de forma conjunta com qualquer outro monstro de Nível 4 para Invocar o poderoso Goyo Guardian (na época em que ele não possuía errata), um poderoso monstro de Nível 6 com 2800 de ATK e que poderia tomar o controle dos monstros que fossem destruídos em batalha por ele, algo muito similar ao que a Snatch Steal fazia na época em que era permitida, mas de maneira ainda mais avassaladora. Para se ter ideia da dominância desse Deck no formato, apesar de não ter vencido o primeiro evento no qual apareceu, ele estava presente em pelo menos 60% de todos os Decks do Top 16, o que ainda seria pouco comparado com o que estava por vir.
Foi então que em fevereiro surgiu uma nova variante do Deck Tele-DAD, que ficaria conhecida pelo nome de
Zombie Synchro DAD, ou apenas
Zombie Synchro. A ideia do Deck seguia praticamente a mesma, mas agora também se aproveitava do recém lançado
Plaguespreader Zombie, um Regulador de TREVAS que poderia ser revivido facilmente do Cemitério, servindo não apenas como um extensor de jogadas mas também como parte da estratégia por conta do seu Atributo. Outra carta bastante interessante e que se tornou uma staple praticamente obrigatória no Deck era a
Card of Safe Return, permitindo com que o jogador comprasse 1 carta sempre que 1 monstro fosse Invocado do Cemitério, o que casava perfeitamente com a ideia do Deck.
O Deck também passou a utilizar os recém lançados Goblin Zombie e Mezuki para adicionar ou reviver as principais peças do combo, enquanto "limpavam" o Cemitério ao se banirem, deixando um espaço aberto para que o Dark Armed Dragon pudesse ser Invocado com facilidade, além de gerar cada vez mais vantagem, comprando entre 3 e 6 cartas no mesmo turno pelo efeito da Card of Safe Return, e assim o Deck ia ganhando terreno, Invocando Monstros Sincros e limpando o campo do oponente.
Com a alta predominância do Zombie Synchro ou dos Tele-DAD's, houve uma mudança significativa na forma com a qual os Decks passaram a ser montados, e uma carta em específico passou a ganhar destaque. A
Royal Oppression havia sido lançada oficialmente em Junho de 2003 na coleção Legacy of Darkness, mas foi a partir do ano de 2009 que passou a aparecer com mais frequência nos Decks, muito por conta da mudança de estrutura pela qual o jogo estava passando. Antes da chegada da Era Synchro a Invocação-Especial até fazia parte do jogo, mas em uma escala completamente menor, mas com o aumento considerável delas, a Royal Oppression passou a ser uma staple quase que obrigatória em todos os Decks, inclusive nas próprias vertentes do DAD.
Ao custo de pagar 800 LP, você poderia negar qualquer Invocação-Especial ou qualquer efeito que Invocasse um monstro por Invocação-Especial, quantas vezes pudesse no mesmo turno. O que a priori serviria para combater o Deck Tele-DAD e suas vertentes acabou também se tornando o seu maior aliado, já que, uma vez com o campo estabelecido o próprio Tele-DAD poderia negar as Invocações do oponente e ir minando seus recursos ou tentativas, e no turno seguinte finalizar o jogo. Foi a partir desse momento que a ideia de "ganhar no dado" se mostrou ainda mais relevante do que o que já era e os antigos Decks do formato, como Gladiator Beast e Lightsworn não conseguiram mais acompanhar o assustador crescimento do Tele-DAD e suas vertentes.
Contudo, foi na Banlist de Março de 2009 que a Konami resolveu cortar o mal pela raiz. Dark Armed Dragon, Emergency Teleport e Goyo Guardian foram limitados, além do Destiny HERO - Malicious, Destiny Draw e Allure of Darkness terem sido semi-limitados. Com isso, o Deck Tele-DAD perdeu muito do seu poder, e foi a partir daí que novos Decks passaram a fazer parte do metagame, com o mais notável deles sendo o famoso Synchro Cat.
Esse Deck era extremamente versátil, e por conta disso tinha fácil acesso a praticamente dos os Monstros Synchros existentes na época, além de poder abusar do Dark Strike Fighter, que era de longe o Synchro mais forte até então. Com apenas 1 Summoner Monk e duas Magias quaisquer na mão era possível fazer esse combo. O primeiro Summoner Monk invocaria o segundo, que traria o Rescue Cat para o campo. Com o seu efeito, ele poderia, ao custo de se enviar ao Cemitério Invocar 2 monstros Besta de Nível 3 ou menor, que nesse caso eram os Reguladores X-Saber Airbellum. A partir daí, seria possível Invocar 2 cópias do Dark Strike Fighter para o campo, atacar diretamente com ambos e depois finalizar o jogo com seu efeito, Tributando uns aos outros para causar 2800 de dano ao oponente. O combo em si era bastante forte e consistente, mas o Deck também tinha acesso a outras jogadas graças a sua enorme consistência, mas ele não chegava nem perto do patamar do antigo Tele-DAD e por isso haviam outros Decks no páreo.
Um exemplo disso era o Deck Blackwing, que conseguia de forma consistente fazer spam de monstros do próprio Arquétipo e Invocar poderosos Monstros Synchro. Uma das principais cartas era (e ainda é) a Black Whirlwind que podia adicionar um monstro Blackwing do Deck para a mão sempre que um monstro Blackwing fosse Invocado por Invocação-Normal, e com isso era possível constantemente adicionar cartas do Deck para a mão e manter boa vantagem de campo, já que boa parte dos Blackwings se Invocavam caso você controlasse outro monstro Blackwing.
Dentre esses monstros, vale destacar o Blackwing - Gale the Whirlwind, que além de ser um Regulador que entrava facilmente em campo, ele ainda poderia diminuir o ATK de um monstro do oponente pela metade e facilitar um possível OTK, pois o Deck tinha extremo potencial de realizá-lo. E de lado positivo é que eles não ficavam presos a apenas Synchros genéricos, mas os próprios Synchros do Arquétipo eram suficientemente bons e davam a o Deck um tom de exclusividade, já que somente eles conseguiam acessar esses monstros. Tamanha força foi vista ainda ao longo do ano de 2009, quando o Deck Blackwing faturou o campeonato mundial.
|
Decklist campeã mundial de 2009 (Blackwing) |
O formato então chegou ao fim apenas no final do ano de 2009 com a Banlist de Setembro impactando diretamente os dois Decks principais. Rescue Cat e Blackwing - Gale the Whirlwind foram limitados, e além disso Dark Strike Fighter e a Crush Card Virus foram finalmente banidas, além da Card of Safe Return, que era uma staple comum em alguns Decks da época. Assim, com esses Decks fora de combate um novo e temido Deck estava por vir, mas isso só veremos na terceira parte do nosso post.
Espero ver vocês de novo em breve!
Até a próxima, pessoal!