3 de dezembro de 2016

Nextory #2: Os Deuses Nórdicos


Existem fatos e razões que envolvem o mundo de Yu-Gi-Oh. Esse não é somente um jogo de sorte, estratégia, efeitos e Invocações, existem muitas histórias que envolvem o jogo e os Arquétipos que ele possui. Na semana passada, falamos sobre os Noble Knight (confira aqui) e hoje, é dia de falarmos dos Deuses da Mitologia Nórdica e de tudo que há por trás dessa história tão majestosa? Preparados, então senta que lá vem a história.

A Mitologia Nórdica também conhecida como Mitologia Escandinava ou Viking é um conjunto de lendas, formada pela crença dos povos escandinavos antigos (que habitavam a Península da Escandinavia). Desses, o principal mito seriam os Reinos Vikings. A mitologia nórdica era uma coleção de histórias e crenças que foram passadas de pai para filho, ou seja, de geração para geração, principalmente através de prosas e poesias. Hoje, só temos conhecimento dessa cultura através de textos medievais, escritos durante a época do processo de cristianização da região. Outros documentos encontrados na Islândia também contavam a história dos personagens mitológicos.

Os nórdicos tinham várias características, mas entre elas destacavam-se:

- Não acreditar em nenhuma mensagem transmitida dos deuses aos mortais;
- Os mitos e as lendas só deveriam ser transmitidos de forma oral e de geração para geração;
- O mundo seria representado como 'plano';
- Os deuses deveriam habitar Asgard (mundo que separava os deuses dos mortais, separado por grandes muros)
- Os deuses eram responsáveis a atribuir sentidos e habilidades aos mortais

Além disso, a mitologia nórdica estaria dividia em "criaturas", que em Yu-Gi-Oh, seria a divisão dos Arquétipos Nordic Beast, Nordic Alfar e Nordic Ascendant. Essas divisões se davam em Deuses, valquírias, heróis, anões, jotuns, bestas, nornas e elfos. E os seus principais deuses seriam Thor, Odin e Loki, que são também apresentados como cartas em Yu-Gi-Oh.


Para começar, vamos falar sobre as Bestas Nordicas, pelo menos, as duas mais conhecidas, que são o Lobo (Fenrir) e Jörmundgander (Jormungardr). Fenrir teria sido retratado em Edda em verso como um lobo monstruoso e também é citado em Edda em prosa. Em ambos, Fenrir é retratado como sendo pai dos lobos Skoll e Hati, sendo filho de Loki. Ele teria sido pressagiado a matar o Deus Odin durante os eventos de Ragnarok (Batalha do Fim do Mundo), mas por sua vez seria morto pelo filho de Odin, Viöarr.

Jormungadr também seria filho de Loki, sendo assim irmão de Fenrir e de Hela. Tem o formato de uma serpente marinha gigante. De acordo com Edda em prosa, Odin teria raptado os três filhos de Loki, e teria jogado Jormungadr no mar, fazendo com que ela vivesse lá pelo resto da sua vida, porém acabaria crescendo, e segundo a lenda seu tamanho seria tão grande que ela seria capaz de cobrir todo o mundo e morder a própria cauda, por isso ganhou o nome de "Serpente do Mundo".


Ainda falando sobre as bestas nórdicas, Tanngrisnir (rosnador) e Tanngnjostr (moedor) seriam os dois bodes responsáveis por puxar a carruagem de Thor, o Deus do Trovão. Eles serviam como apoio a Thor, pois além de serem bestas assassinas, poderiam ser consumidas como alimento e depois seriam revividos por Thor que usava o poder regenerador do seu martelo para isso. No card game o efeito do Tanngnjostr faz referência a esse fato. Tanto Tanngrisnir e Tanngnjostr são citados nos dois livros da Edda poética, porém somente tendo seus nomes revelados na Edda em prosa no seu capítulo 21.


Garmr é, de acordo com as Eddas Poéticas um cão gigantesco, muitas vezes associado ao submundo e ao caos. Mesmo com essa descrição, pouco se sabe sobre sua história, uma vez que, as referências a ele são muito poucas e também muitas vezes escassas. Porém, as poucas informações relevantes dão conta de que Garmr era uma das mais importantes bestas da mitologia nórdica, sendo até mesmo comparado aos deuses Odin e a Árvore Yggdrasil. Porém também a indícios de que ele tenha sido um dos filhos de Odin.

Gullfaxi é, de acordo com as Eddas Poéticas é um cavalo mágico cujo nome significa "Almas de Ouro". Gullfaxi era muito rápido e habilidoso tanto em água quanto em terra e por isso o Gigante Hrungnir, que era o dono de Gullfaxi havia desafiado Odin para uma corrida entre cavalos, onde Odin só teria ganho por tirar Gullfaxi da corrida, o que teria acarretado a ira do Gigante.



Depois de falar das bestas nórdicas, agora é hora de falar dos Elfos Nórdicos, o primeiro deles são Ljosalf e Svartalf. Ljosalf é um conjunto de elfos, e seu nome deriva de uma mistura entre as palavras "Alfs" (luz) e "Elf" (elfo), sendo conhecidos como "Elfos de Luz". ´São descritos como seres belos e cheios de luz, de acordo com as Eddas Poéticas. Seriam também considerados como semi-deuses e as elfas do sexo feminino seriam consideradas ninfas. Os Elfos da Luz eram considerados também como "Elfos do Sol", pois seus raios luminosos eram tão brilhantes quanto o sol, além de serem fatais a elfos escuros e anões.

Na mitologia nórdica os Dokkalfar (Svartalf), são um conjunto de elfos escuros, e seus nomes derivam de uma mistura entre as palavras "Dark" (trevas) e "Elf" (elfo), sendo conhecidos como "Elfos das Trevas". Vivem em conjunto com os anões, e embora possuam esse nome, não são considerados elfos ruins, embora sejam considerados incômodos para o ser humano. De acordo com as Eddas Poéticas, os elfos escuros e os anões não possuem diferenças distintas, sendo muitas vezes confundidos. Os elfos escuros recebem esse nome pelo lugar onde armam sua resistência aos seus rivais (Elfos de Luz), que se encontra no subsolo, além de serem deformados e feios.



Dentro da mitologia nórdica, teriamos ainda dois grupos, Dvergar e Mara. O grupo dos Dvergar seria um grupo de seres inferiores aos elfos. Ao contrário dos outros grupos, os Dvergar possuiam nomes individuais. A tradução de Dvergar é "Anão", porém somente por razões etimológicas e não históricas. Embora fossem chamados de anão, não possuiam estatura baixa. O termo também poderia ser substituído por "Dwarf" ou "Zwerg", que significam respectivamente "torto" e "fraco", o que nos dá a entender que os Dvergar seriam deformados e aleijados e de aparência monstruosa. Desempenhavam um importante papel, pois eram os pontos de sustentação do céu em cada ponto cardial.

Além de fazer parte da mitologia nórdica, a moura encantada (Mara), também faz parte do folclore português e galês. O grupo das mouras é representado por criaturas com poderes sobrenaturais que são conhecidos por ocultar este poder e permanecerem em repouso, a não ser que determinada circunstância quebre o seu encanto. As lendas descrevem as mouras encantadas como jovens donzelas de grande beleza e perigosamente sedutoras. Aparecem frequentemente cantando e penteando os seus longos cabelos, louros como o ouro ou negros como a noite, com um pente de ouro, e prometem tesouros a quem as libertar do encanto. Surgem como guardiãs dos locais de passagem para o interior da terra, os locais "limite", onde se acreditava que o sobrenatural podia manifestar-se. Aparecem junto de nascentes, fontes, pontes, rios, poços, cavernas, antigas construções, velhos castelos ou tesouros escondidos.



Mimir, cuja tradução significa "o mais sábio" é o guardião da Fonte da Sabedoria e amigo do Deus Odin. Obteve todo o seu conhecimento ao beber do poço da Grande Sabedoria nas raízes de Yggdrasil. É um dos deuses fundamentais na mitologia nórdica cuja cabeça foi amputada e mandada a Odín durante a guerra entre os Aesir e os Vanir. Ele era reconhecido por seu conhecimento e sabedoria e Odin viajou à terra dos gigantes Jotunheim, para adquirir a sabedoria e o conhecimento onisciente de Mimir. O conhecimento foi obtido de beber do poço mágico de Mimir, mas como preço por beber dele, Odín foi forçado a se livrar de um de seus olhos. Mesmo depois de decapitado, Odin conseguiu por meio de rituais utilizando-se de runas, fazer com que a cabeça de Mimir conseguisse falar, e o mesmo seguia dando conselhos ao Deus Odin.

Todas as valquírias da mitologia nórdica estão representadas numa carta. As valquírias eram consideradas entidades dentro da mitologia nórdica, representadas como belas mulheres, com asas e que se vestiam com armaduras brilhantes e montavam em cavalos alados. Eram consideradas assistentes de Odin, servindo-lhe comida e bebida. Também eram responsáveis por cuidar dos feridos em batalha e levar a alma dos mortos para Valhalla (sabe aquela Field Spell das Fadas? Pois é!). Quando não estavam fazendo isso, supervisionavam as batalhas em Midgard (Mundo dos Humanos) e antes mesmo do fim, já sabiam quem venceria e quem perderia.



Baseada na Deusa Freya, Vanadis é uma das cartas mais importantes do Arquétipo, assim como, dentro da mitologia nórdica ela era uma das deusas mais importantes. Dona de uma grande beleza, força e poder, Freya é considerada a deusa do amor, da luxúria, da beleza e da fertilidade. Possui muitas características interessantes e a principal dela é o controle sobre a vida e a morte. Seu nome significa "a senhora". Vivia em Asgard (Mundo Celestial), em um local chamado de Folkvangr (Campo de Batalha). Como era considerada a "rainha das Valquírias", tinha todo o direito de reclamar das almas que morriam nas batalhas, e também tinha o dever de cuidar delas e protegê-las enquato estavam batalhando.



E antes de partirmos para os Deuses, vamos falar do último monstro Nordic de Main Deck. Tyr of the Nordic Champions. Na mitologia nórdica, Tyr era considerado como o deus da guerra, da justiça e da ordem. Uma de suas funções era garantir que os acordos não fossem quebrados. Tyr era um guerreiro poderoso, protetor da lei e sempre lutava honradamente. Existem algumas fontes que o consideram como filho de um gigante chamado Ymir, e patrono dos nórdicos, antes de Odin. Já outros afirmam que ele é filho de Godin e Frigga, com isso ele seria irmão de Thor.



Odin é o principal Deus da Mitologia Nórdica, possui a alcunha de "Pai de Todos". É o líder da clã dos Deuses de Aesir. Seu nome significa "fúria". Seu papel dentro da mitologia nórdica, assim como a de muitos outros deuses era bastante complexo. Ele era o deus da sabedoria, da guerra e da morte, embora também fosse considerado como o deus da magia, da poesia, da profecia, da vitória e da caça. Odin era sobretudo, adorado até mesmo por outras classes superiores. Além de tudo, Odin era considerado o "Deus Supremo", era a ele que todas as outras divindades pediam conselhos e ajuda. Ele os governa do seu palácio, Valhalla, localizado em Asgard, e do seu trono ele é capaz de ver todo o universo e os seus "nove mundos". Como deus da guerra, Odin observa as batalhas e ordena que as valquírias tragam os corpos para Valhalla, para que Odin possa fazer um banquete em homenagem a eles. Nos eventos de Ragnarok, como já foi mostrado no início do post, seria morto por Fenrir e teria sua morte vingada pelo seu filho Vlöarr. 

Thor (filho de Odin e Frigga) foi o deus nórdico do trovão (por isto representava a força da natureza), talvez o mais popular deus da mitologia nórdica. Ele tinha um martelo chamado Mjollnir (o destruidor), feito por anões das cavernas subterrâneas, com o qual dominava o trovão. Cada vez que Thor lançava seu martelo, a fim de desferir seu poderoso golpe, este voltava pra sua mão como um bumerangue. Além disso, Thor também tinha um cinturão mágico (Megingjöro) que duplicava sua força e que, sabidamente, era muito grande. Thor era corpulento, tinha cabelos e barba ruivos, olhos vermelhos e, embora a inteligência não fosse um de seus maiores dons, estava sempre disposto a ajudar seus amigos desinteressadamente. Sua missão era manter a salvo, e em ordem, o mundo dos deuses e dos humanos, combatendo os gigantes e a grande serpente do caos: Jormungand.

Na Mitologia Nórdica, Loki é um deus, ou um jotun (gigantes que se opõem aos deuses). É o deus do fogo, da trapaça e da travessura, está também relacionado à magia, podendo assumir forma que quiser. Ele não faz parte dos Aesir (o clã de deuses que residem em Asgard), apesar de viver ali. É geralmente visto como um grande símbolo da maldade e da trapaça, e, embora suas artimanhas geralmente causem problemas a curto prazo aos deuses, estes frequentemente se beneficiam com elas no fim. Ele domina um majestoso conhecimento em estratégia, usando suas habilidades para interesses próprios, fabricando e elaborando intrigas e densar mentiras. Por ser um mestiço entre deus e jotun, a sua relação com os outros deuses é bastante problemática. Segundo as lendas nórdicas, Loki liderará um exército durante os eventos da Ragnarok. Loki é muito respeitado por Thor, tendo ajudado-o a recuperar o seu martelo mágico Mjollnir, que fora roubado por gigantes. Além do martelo, Loki também obtém alguns dos artefatos mais importantes dos deuses como a lança de Odin, Gungnir, os cabelos de ouro de Sif e o navio mágico de Freyr, o Skidbladnir. As atitudes de Loki mostram sempre o seu lado maléfico e degenerado, mas geralmente ele está a buscar algo de bom, apesar de irem contra os seus objetivos originais. Apesar das sua ações, Loki não é considerado um deus perigoso.



Agora, vamos falar das Spells e Traps do Arquétipo, que embora não interfiram muito na história em si, são baseados em aterfatos que os Deuses ou seus assistentes usavam, então podem servir como título de curiosidade para os leitores, que desejarem saber um pouco mais. 

Draupnir - Significa "multiplicador". Foi um anel mágico, construído pelos anões mestre-ferreiros Brokk e Eitri, e que foi dado de presente ao Deus Odin. Possui o poder de aumentar as riquezas daquele que o possui, multiplicando-as por nove a cada dia, por isso, possui esse nome.

Brisingamen - Significa "brilhante". Foi um colar que pertenceu a Deusa Freya. Foi criado por quatro anões mestre-ferreiros. Possui uma arte tão bela que brilhava aos céus escuros. Quando estava no pescoço de Freya, torna-se o símbolo do céu e dos frutos (que seriam filhos, por se tratar da deusa da fertilidade). Esse colar poderia ser usado também na cintura, e teria o significado de força. Os poucos que teriam visto este colar, afirmavam que ele era o mais bonito que já tinham visto.

Gungnir - É a lança de Odin, a arma mais poderosa de todos os Deuses em Asgard. Caso fosse lançada, nunca erraria o alvo e sempre voltava para a mão de Odin, como um bumerange. Foi com essa lança que Odin ficou nove dias e nove noites em Yggdrasil (Árvore do Mundo), onde conseguiu suas runas mágicas. Também é dito que a lança nunca poderia ser quebrada.

Laevateinn - Na mitologia nórdica é brevemente citada na Edda poética. Não pertencia a nenhum Deus, e era considerada uma arma lendária. Segundo a mitologia nórdica, seu guardião era Kenning, um antigo nórdico. O poder de Laevateinn é desconhecido, porém, de acordo com as Eddas poéticas, ela teria um poder parecido com a Gungnir e poderia causar terremotos, e também erupções vulcanicas. Seu nome significa "destruição".

Megingjöro - De acordo com a Edda Poética, seria um cinto mágico usado por Thor. De acordo com a própria Edda Poética, seria uma das três principais posses de Thor. Teria a capacidade de duplicar a força de Thor quando ele estivesse batalhando.


O Crepúsculo dos Deuses (em alemão: Götterdämmerung) é uma ópera do compositor alemão Richard Wagner, a quarta parte das quatro que compõem a tetralogia Der Ring des Nibelungen (O Anel do Nibelungo). Composta entre 1869 e 1874. O título é uma tradução ao alemão do termo em nórdico antigo Ragnarök, que, na mitologia nórdica, se refere à guerra profetizada dos deuses que resulta no fim do mundo. Entretanto, assim como no restante da tetralogia, a interpretação de Wagner para esse apocalipse diverge significativamente das fontes nórdicas.


E por último, mas não menos importante temos as últimas Traps do Arquétipo. Não fazem parte da histótria e não interferem em nada, são apenas referências ao que já foi contado acima. O Olho de Odin é uma carta cuja inspiração é o custo que Odin teve de cumprir ao beber da fonte de Mimir, como vocês já viram. O Martelo Mjollnir, é uma Reliquia, e é o Martelo de Thor, cujo poder era capaz de soltar trovões e sempre voltar para a sua mão como um bumerange.

Bem pessoal, foi isso. Assim como vocês eu também gosto de saber o que há por trás dos meus Arquétipos favoritos, e por isso, me sinto muito bem em escrever o Nextory. Se tiverem gostado, ou até mesmo não gostaram, comentem pois assim saberei a opinião de vocês e tentarei melhorar. Se tiverem alguma sugestão, podem me dizer, estou atento a todos e vou, de vez em quando, seguir os seus conselhos. Daniblack, câmbio, desligo. Valeu! Falou!

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