22 de abril de 2016

Vinte anos de Yu-Gi-Oh!






 
Yu-Gi-Oh é uma franquia de longuíssima data. Seu mangá original completou em 2016 nada menos que vinte anos, e seu animê, dezesseis. Pensando nisso, escrevi este artigo, no qual poderão, em um só lugar, encontrar diversas informações. Como a história nasceu, desenvolvimento do card game, análise crítica das séries animadas, além de muitas curiosidades. Ao final, ainda poderão encontrar algumas teorias sobre Arc-V e o futuro da franquia. Então, se você é um yugifan, acompanhe-me nesta leitura, garanto que valerá a pena. E ao final, deixe seu comentário, dúvidas e críticas. Well then... It's time to duel!

   A franquia que conhecemos hoje como Yu-Gi-Oh! tem seu início com o mangá homônimo, no longínquo ano de 1996, sob autoria de Kazuki Takahashi. Sua estréia se deu na Weekly Shonen Jump, a mais famosa revista de mangás japonesa. Yu-Gi-Oh já surgiu como uma história incomum dentro de uma revista marcada por batalhas com espadas, lutas e artes marciais. Ao invés disso, tínhamos um protagonista tímido, que sofre bullying e deseja de todo coração fazer amigos. Adicione a isto uma temática totalmente nova, inspirada na história dos antigos egípcios, temperada ao fim por um clima de suspense e terror.
   Yu-gi-oh! não teve como proposta inicial, por tanto, uma luta infindável de cartas, mas situações que envolvessem diversos tipos de jogos. E é nesse ritmo que sete volumes do mangá se desenvolvem. Yugi Muto, ao resolver o enigma do milênio, passa a dividir seu corpo com um espírito egípcio desconhecido (vulgo capeta), que o socorre nos momentos de perigo, desafiando seus inimigos para jogos de extremo terror psicológico. Para o perdedor, uma punição no final.


Volume 1 de Yu-Gi-Oh! (Versão japonesa)
No mangá original, não existe o subtítulo "Duel Monsters", como no animê de 2000. O subtítulo foi adicionado para que houvesse uma distinção com relação à primeira animação, produzida pela Toei Animation. Enfatizaria também que  o foco da nova série seria justamente o card game. Além disso, é possível notar por esta capa que os traços de Yu-Gi-Oh eram mais arredondados e maleáveis. Com o passar do tempo, tornaram-se mais quadrados e rígidos.
 
"Alô, alô, você sabe quem sou eu?"
By Capeta
 A partir disto, vemos vários jogos nos quais Atem se mostra sempre um perito. Os capítulos iniciais perfazem uma série de situações inusitadas, que envolvem cartas comuns de baralho, reallity shows, escorpiões dentro de tênis (sim, acredite), jogos de tabuleiros -  criados ou não  pelo próprio autor - e até mesmo bichinhos virtuais. O importante a se entender é que Atem criava desafios com o que estivesse disponível, mostrando-se frio e calculista em todas as vezes.
  Personagens marcantes já existiam nesta fase, e alguns acabariam se tornando essenciais ao enredo, a exemplo de Kaiba,  apresentado como um total megalomaníaco de cabelos verdes. Para se ter uma ideia, do capítulo 26 ao 40, Yugi e companhia são obrigados a enfrentar um jogo de sobrevivência totalmente insano, que inclui mesmo um psicopata, um enorme brutamontes, de serra elétrica em mãos, tudo transmitido em tempo real para quem quisesse assistir. (E a polícia desta cidade, onde está?)
Pra que resolvermos tudo em "cartenhas"? Decapitação por serra elétrica é o que há!

   O motivo? A derrota de Kaiba no card game, nos capítulos 9 e 10. Porém, ele perde novamente. Aliás, todo o revanchismo de Kaiba para com Yugi foi condensado no primeiro episódio de Yu-Gi-Oh! Duel Monsters, quando na verdade é algo mais detalhado na mangá.



Seto kaiba tinha originalmente os cabelos verdes na primeira adaptação em animê. Seu primeiro visual certamente inspirou o design de Noah Kaiba, seu irmão criado para uma temporada filler. (Sim, isso é filler!)
   Para concluir sobre este primeiro momento do mangá onde Yugi é um verdadeiro badass, a impressão que se tem no final é que a premissa da história tinha potencial. Alguns capítulos chegam a ser realmente interessantes, principalmente aqueles que assumem um tom mais sombrio e sério, como os capítulos 13 ao 20, quando Shadi aparece. Outros, porém, soam mesmo risíveis, como quando Atem desafia um maloqueiro para um jogo que consiste em usar um escorpião dentro de um tênis. 
   Ao ler os sete primeiros volumes, a pergunta que fica para qualquer um é: "o que teria acontecido se o card game não tivesse feito sucesso?". Bom, meu palpite é que a série terminaria cancelada. Porém, uma certeza nunca poderemos ter.  O mangá se encerrou em 2000, com 38 volumes, fazendo um bom sucesso dentro das páginas da Jump. Você pode ler online seus dez primeiros capítulos aqui, se desejar.

Outras Curiosidades:
  • Sobre o final do mangá, Takahashi estava passando por problemas de saúde na época, e tinha dificuldades de continuar desenhando. Ele próprio atribui a isto o fato de o vilão Zork ter um design simples e desleixado;
  • O anime hoje conhecido como Yu-Gi-Oh! Zero foi produzido pela Toei Animation, e é uma adaptação dos sete primeiros volumes de mangá. Ainda assim, o card game foi mais explorado que no original. Entretanto, pela baixa qualidade de animação até para os padrões da Toei, o animê encerrou com 27 episódios e um pequeno filme;
  • A personagem Miho de Yu-gi-Oh! Zero aparece apenas em um capítulo do mangá;
  • A produtora de Yu-Gi-Oh Duel Monsters e seus spin-offs seguintes, NAS, é a mesma do animê Evangelion;
  • Durante a primeira fase do mangá, Takahashi também criou um outro jogo: Capsule Monsters, que chegou a ganhar um obscuro jogo para PS1, sob o título de Yu-Gi-Oh! Monster Capsule Breed & Battle.Você pode ver mais aqui;
  • O mangá original de Yu-Gi-Oh! possui um spin-off interessante chamado Yu-Gi-Oh! R, que conta a vingança do filho de Pegasus. Você pode ver mais aqui.

Mamãe disse que sou lindo

E enfim...houve o card game!

   Então, como chegamos a um animê de batalhas ensandecidas envolvendo cards com poderes sobrenaturais? A primeira aparição do jogo de cartas se deu nos capítulos 9 e 10, intitulados "Os cards com dentes - Parte 1" e "Os cards com dentes - Parte 2".Embora as versões ocidentais tenham traduzido o nome do jogo como Duel Monsters logo nesta primeira aparição, na versão original seu título era Magic & Wizards, uma clara alusão ao jogo Magic: The Gathering.
   Nestes dois capítulos, o avô de Yugi apresenta a ele e seus amigos o card game. Kaiba surge como um colega de classe, que ao saber sobre o lendário Blue-eyes, decide obtê-lo a qualquer custo, furtando-no ao fim. Yugi, embora tenha fingido não notar, resolve pedir gentilmente a kaiba que o devolva a carta, sendo então agredido. É hora de um Yame no Game...
   Uma curiosidade sobre esta primeira aparição do jogo, é que não existiam hologramas gigantescos como no animê de 2000. Os monstros se projetavam a partir da vontade de Yugi em torturar seu oponente. (BADASS!) No entanto, mesmo depois que Kaiba desenvolve seu sistema de Solid Vision, os hologramas ainda são pequenos, projetados sobre uma mesa dentro de uma caixa de vidro fechada. Isto perduraria por todo o arco da batalha contra Pegasus.
   Posteriormente, o jogo de cartas reapareceria quando Kaiba arquiteta sua vingança, sendo a etapa final de uma série de desafios para Yugi e seus amigos. Depois disso, o jogo desapareceria, e nem sequer seria mencionado por um bom tempo.

   Aí você questiona: quando  Duel Monsters despontou de verdade?
  Takahashi percebeu que seus leitores interessavam-se por detalhes do card game, e que isso significava uma chance de emplacar um sucesso. A partir do capítulo 60, o jogo de cartas retorna com reformulações e aprimoramentos. Agora haviam cartas armadilhas, e as estratégias tornavam-se gradativamente mais sofisticadas. É neste momento também que o jogo ganha o nome de Duel Monsters.
   Daí por diante, com a crescente popularização do mangá, não demoraria que alguma empresa visasse trazer Duel Monsters a público, o que aconteceu pela primeira vez em 1998, pela iniciativa da BANDAI, que lançou apenas três boosters. Deste primeiro licenciamento, a única carta a chegar à América foi Blue-eyes White Dragon.
 
Sem comentários. Julguem vocês mesmo!

   As regras eram bem distintas daquelas que conhecemos hoje, excetuando-se que ambos os jogadores puxam cinco cards ao início do duelo. Não havia todo o detalhamento de fases, e cada jogador escolhia um monstro e um card de magia por turno. Vejamos as principais regras:
  • Ambos os jogadores devem possuir o mesmo número de cards em seus decks;
  • Se dois monstros batalham, ainda que seus ATK's sejam iguais, aquele com menor DEF será destruído. O mesmo vale para monstros com ATK's diferentes.
  • No caso de um monstro destruir por batalha um outro em modo de DEF, ou com o auxílio de um card de magia, se o monstro destruído tiver ATK maior que a DEF daquele que o destruiu, este também será destruído. Ex: Dark Magician destrói Red-eyes em modo de DEF. Como Red-eyes tem ATK maior que a DEF de Dark Magician, este último também será destruído;
  • Somente ao final de seu turno você pode comprar um card;
  • Todos os turnos se repetem assim até que ambos os decks se esgotem;
  • Mesmo que seu deck acabasse e o do seu oponente não, você teria de esperar isso acontecer; 
  • Ao final, ambos os jogadores somam as estrelas de todos os monstros que destruíram. Aquele que alcançar o maior valor, vence;
  Do mais, as regras de colocar mágicas e armadilhas eram praticamente iguais, com a diferença de que poderiam ser ativadas em qualquer instante da BP, e de que cards de equipe eram uma categoria à parte.
   Entretanto, para o bem ou para o mal, o jogo não vingou, e a Konami comprou os direitos autorais, firmando um acordo com a NAS para a produção de um animê. O resultado disso, todos nós sabemos: um card game com recorde mundial de vendas, num total de mais de 25 bilhões de cartas vendidas até 2011. Imaginemos o quanto este número cresceu em cinco anos! Especialmente por conta da nova tendência da empresa em diversificar e aumentar os lançamentos.
   Além disso, temos sempre uma nova série animada, a fim de manter a franquia bem viva, e é sobre isso que falaremos agora.

Yu-Gi-Oh! Anime Séries

   Yu-gi-Oh já possui mais de 777 episódios ( e você falando mal de One Piece, não é?). Temos até o momento, cinco séries, e a cada uma delas, não só o enredo como o próprio jogo se renova. Todavia, não pretendi fazer um resumo sobre cada geração, mas uma análise crítica.
  Para iniciar, não podemos negar que Yu-Gi-Oh é um animê com uma grande finalidade comercial (vender "cartenhas" hihihi). Mas no que isso implica exatamente? Neste caso, implica em um animê extremamente longo e cheio de lacunas. Muitos pontos da trama são mal explicados e terminam mal resolvidos. Vou dar dois exemplos.
   Em Yu-Gi-Oh Zexal existem três mundos: o Barian, o Astral e o nosso mundo. É sabido que alguns humanos podem reencarnar no mundo Barian após morrerem. Por quê? Não é dada nenhuma explicação sobre isso. Muitos dirão que seria um ciclo natural da vida, no qual alguém que morre em um mundo, reencarna em seguida em outro. Mas, neste caso, por que não vemos nenhum humano reencarnando como um astral? Resta-nos concluir que aqueles que morrem sob o peso de uma grande dor são levados ao mundo Barian.
   O segundo exemplo é mais recente. Em Arc-V, no episódio 92, quando todos os alteregos de Yuya estão finalmente juntos, somente com a chegada de Yuzu, Yuri e Yugo são repelidos. Poderíamos concluir que por Yuzu e Yuya serem da mesma dimensão, a garota repele os outros alteregos. Porém, quando Yuri chega, Serena e Yuya estão próximos. Então, por que Serena não expulsou Yuya, deixando somente Yuri? (Pergunta lá no posto Ipiranga, porque eu não sei.)
    Somam-se a isso episódios totalmente desnecessários para o desenvolvimento da trama, criando-se os mais incabíveis argumentos para um duelo (eu ouvi Yu-Gi-Oh! Gx?) Por outro lado, não podemos negar também que, com o passar do tempo, isto tornou-se mais incomum, especialmente na série atual. Além do mais, cada uma das séries soube inovar e renovar à sua maneira, tanto no card game como na trama.

Spin Offs

   O primeiro dos spin offs, Yu-Gi-Oh! Gx, inovou por seu apelo a Fusion Summon, até então totalmente relegada a um segundo plano dentro do jogo. Seus personagens são carismáticos, ainda que muitos sejam mal aproveitados. Entretanto, alguns se destacam, como Zane (Ryo), Asther Phoenix e Johan.
   A história tem um desenrolar lento, e muitas vezes desestimula que continuemos assistindo. Em contrapartida, seu protagonista apresenta um incrível desenvolvimento psicológico, ao sentir o peso da responsabilidade por seus atos passados. Com seus 180 episódios, e apesar das muitas falhas, a série soube ser marcante. Gx é assim; simples, e em sua simplicidade, consegue ser bom. A título de curiosidade, Gx significa Generation Next (próxima geração), e Judai, do japonês, adolescente. Takahashi havia decidido que Gx seria o último animê de Yu-Gi-Oh! No entanto...

Duelo combina com...velocidade!


   O ano é 2008, e a tia das cartas achou que ainda dava pra fazer mais desenho. Takahashi
achava que não, e que estaria na hora de encerrar Yu-Gi-Oh! Com um pouco de diplomacia, o convenceram do contrário (com dinheiro mesmo). Ele ainda impôs a condição de que 5D's realmente fosse o último.
   E assim, veio a terceira geração, deixando muitos de cabelos em pé. Decidiu-se que estava na hora de mudar toda a mobília, evitando o mais do mesmo. Se em Gx havia inúmeras referências a Duel Monsters, em 5ds tudo seria novidade - embora sua linha cronológica seja subsequente a de Gx.
   Criou-se o Riding Duel, que misturava o card game a corridas  alucinantes em motos, além de uma nova invocação: a Synchro. A geração 5ds, aliás, reúne alguns dos decks mais complexos de se usar.
   Seu enredo e protagonista trouxeram uma maturidade realmente interessante, além de seu universo cyberpunk, que conferia ainda mais densidade psicológica aos personagens. Para quem não sabe, o termo cyberpunk refere-se a um subgênero de ficção científica, que apresenta sociedades tecnologicamente avançadas, em contraste com a péssima qualidade de vida de seus cidadãos.
   Porém, esta problematização poderia ter sido mais explorada, e Yusei do começo ao fim da série é o estereótipo do herói ideal. Isso tira um pouco da verdade do personagem, incapaz de sentir emoções negativas, o que, no entanto,  não diminui o seu carisma. Durando 154 episódios, 5D's é certamente uma das séries mais amada da franquia, e deixou um estilo de duelo memorável.
   Para quem não sabe (todo mundo sabe!), o subtítulo 5D's significa Five Dragons (Cinco Dragões), referência aos cinco dragões synchro de Yusei, Jack, Lua, Luca e Aki.

E que tal vender cartinha para as crianças?
 
  E chega 2011...Yu-gi-Oh já completava 11 anos só de animação, e 15 de mangá original. Era preciso fisgar o público que não cresceu vendo a franquia, e para isso, o animê, o mais importante veículo de divulgação, precisaria trabalhar neste sentido. E nasce a quarta geração...A era ZEXAL.
    Yuma, o protagonista, é um garoto de 14 anos, age como tal (ou não!) e suas motivações são simples no começo. Não somente ele, mas também todo o elenco tornou-se mais jovem, de visuais coloridos (Restart?) e caricatos. Tudo para que o público infantil se identificasse e entendesse. Tão tal, que ao fim dos primeiros episódios, havia sempre uma explicação bem didática sobre as regras mais essenciais do jogo. 
  No entanto, o público mais velho sentiu-se imensamente incomodado com tamanha infantilização, e muitos se indispuseram a dar qualquer chance a Yuma, citado-o sempre como "o" irritante.
   É certo que, no total, ZEXAL não é ótimo, e o jeito extrovertido de Yuma às vezes parece fora de contexto, tornando-o irritante. Os coadjuvantes também nos soam irritantes e até mesmo descartáveis, especialmente Kotori, que não faz absolutamente nada, mas sempre está lá. ("Yuma!" "Yuma?" "Yuma...")
"Moda foca"! Goku, Seya e tudo que há de bom!

  No entanto, há pontos positivos, como o crescimento do protagonista, e sua relação com Astral. Também  existem outros personagens com motivações convincentes, como Kaito, tornando a série levemente mais madura. Para além disso, alguns duelos logo no começo são realmente empolgantes.
   Para finalizar, não esqueçamos que foi ZEXAL que introduziu a Invocação Xyz, que certamente revolucionou o card game ainda mais que a Synchron, além de decks memoráveis por seu desempenho, como Heraldic. No final, há sim algo de bom. (Será possível que eu preciso explicar o porquê de "ZEXAL"?)


Balance, pêndulo da alma...! E traga o legado do passado!

 
  E chegamos à quinta geração. E quem diria, fomos surpreendidos positivamente. Quando Arc-V estreou, muitos viam seu pior temor se concretizando: o universo da série parecia ainda mais infantil. Seu protagonista de cabeça de tomate fez seu debute vestido de palhaço e montado em um hipopótamo cor-de-rosa. Parecia que tudo daria errado... Mas não deu.
    Arc-V começa de maneira bem lenta, mas já trazia consigo uma proposta muito interessante: a presença de todas as invocações, além de uma nova, que traz em si o potencial de dinamizar as demais. O clima de constante mistério sobre o que estaria acontecendo também era um atrativo, nos levando a formular hipóteses e à vontade de ver o próximo o capítulo. Era como um quebra-cabeça, que pedia nossa paciência para sua resolução. Com o decorrer da série, a produção optou por trazer personagens das demais gerações, causando um verdadeiro hype entre os fãs.
   Mas falemos dos pontos negativos. Um deles é falta de explicação sobre alguns acontecimentos da trama. A premissa mais uma vez é boa e extremamente promissora, mas falta consistência, o que se reflete em em algumas passagens. Para além do exemplo do episódio 92 já citado, podemos mencionar um outro bastante válido.
   Um ponto de suma importância diz respeito às dimensões. Por que a Dimensão Synchro não é Neo Domino City? Afinal, Heartland e Academia são as dimensões Xyz e Fusion, respectivamente. Até então, todos acreditávamos que cada uma das dimensões correspondessem a uma das gerações anteriores, e agora já não o podemos. Muitos até acreditam que Jack e Crow, assim como os próximos a aparecerem (Aster, Kaito e Asuka) sejam uma livre adaptação dos personagens originais, ou uma espécie de alterego, o que faria até certo sentido. De toda forma, isto ainda pode vir a ser explicado, mas a produção tem uma grande responsabilidade em mãos, pois o animê continua apresentando pontas soltas, e amarrar todas elas não será tarefa fácil. Repita-se que Yu-Gi-Oh sempre produz histórias longas e lacunares (à exceção de Duel Monsters). Mas após todo o hype produzido por Arc-V, é bom que não decepcionem.

*Teorias

   Arc-V tem produzido muitas hipóteses entre os fãs, em resposta às inúmeras perguntas ainda não respondidas. Uma das principais discussões é sobre a divisão das quatro dimensões. Muitos afirmam que algo ocasionou tal separação. Vale lembrar que até 5D's fica claro a existência de uma continuidade em relação a Duel Monsters. Já ZEXAL, ainda que não explicite tal continuidade, ainda referencia o primeiro animê, com a aparição de estátuas de alguns monstros clássicos. Sendo assim, faz sentido pensar que algo tenha separado as dimensões.
   Algumas teorias sobre isso são cabíveis. Uma delas é que o uso da Numeron Code em ZEXAL possa ter causado alguma distorção espaço-temporal, pelo excesso de seu uso. Estas distorções poderiam ter sido causadas também por Darkness, e as dimensões fariam parte do universo mencionado por Misawa em GX. Segundo ele, existem diversas dimensões desconhecidas, e o equilíbrio entre elas é frágil.

   Não podemos deixar de mencionar também que claramente Yuya e seus altergos possuem alguma relação direta com esta divisão. O fato de existir um poder capaz de mantê-los separados, significa que alguma grande ameaça cairá sobre o mundo caso se unam. Isto, no entanto, nos leva a mais perguntas e mais hipóteses.
   Alguns vão mais longe e conjecturam que os quatro, ao mesmo tempo que são altergo um do outro, também seriam alteregos dos protagonistas das gerações anteriores, e isso explicaria por que nada foi mencionado sobre Yusei quando os Lancers visitaram a Dimensão Synchro. (Fucking your mind!) O que nos resta é esperar por respostas...

Yu-Gi-Oh! O Retorno do Rei

  E eis que após dezesseis longos anos, ele retornará de seu descanso supostamente eterno...Atem volta para criar uma nova lenda (e inventar 9999 maneiras de vencer usando seu Dark Magician haha). Intitulado The Dark Side of Dimensions, o filme será uma continuação direta da série original, e dará origem ainda a um mangá homônimo produzido por kazuki Takahashi.
   Sobre isto, gostaríamos de expôr algumas suposições, sem nos estendermos muito mais. Primeiramente, o título The Dark Side of Dimensions parece-nos bastante sugestivo, e, entre outras coisas, sua trama poderia ter como propósito explicar a questão da divisão entre as dimensões, fazendo um link com  Arc-V. Isto, por sua vez, poderia significar que a gênesis desta divisão encontra-se em Duel Monsters.
   No trailer podemos observar, entre outras coisas, que Kaiba e Yugi utilizam algo semelhante a um D-Gazer, além de Duel Disk semelhante aos utilizados na Xyz Dimension. Daí a razão de podermos acreditar que esta dimensão tem papel fundamental para a solução da história, além da possibilidade da Numeron Code ter causado as distorções já citadas.
  
O Futuro da Série

   E o que será que o futuro nos reserva? Depois de uma série como Arc-V, marcada por tantos lançamentos e inovações no card game e pelo retorno de personagens vanguardistas, fica difícil imaginarmos o que poderia vir a seguir. Uma série que desse novamente um reset, introduzindo simplesmente uma invocação nova, parece insuficiente e mesmo implausível, visto a sensação de grandiosidade que Arc-V deixará. Muitos mesmo até se perguntam se a quinta série não seria o fim de tudo. Particularmente, cremos muito improvável.
   O animê sempre será a principal forma de divulgação do card game, que tem sempre vendido "muito bem, obrigado", e a Konami não arriscaria pôr a perder sua mina de ouro (Se bem que a Konami é burra pra carai). Haverá, de toda forma, o medo de criar algo que não seja tão bom quanto seu antecessor, pois ZEXAL já é lição aprendida. Por isso tudo, faz sentido pensarmos que a próxima geração seja uma continuação de Duel Monsters, afinal teremos um mangá de seu autor original. Além disso, quando renovar já não funciona mais, recorrer ao clássico é sempre uma saída válida. Aconteceu com outras séries, a exemplo de Dragon Ball e Saint Seya, e com certeza pode acontecer com Yu-Gi-Oh.
   Seria interessante ver a série original adaptando-se aos novos paradigmas do jogo, mantendo ao mesmo tempo os elementos que fizeram dele algo tão memorável. Do mais, resta-nos mais uma vez esperar pelo futuro, enquanto vamos nos divertindo criando os nossos próprios. Yu-Gi-Oh sempre foi isso mesmo; uma caixinha de surpresas, mesmo que o gosto seja doce para uns e amargo para outros. E que venham mais vinte anos!

Comentários
3 Comentários

3 Comentários:

Unknown disse:
22 de abril de 2016 às 20:55

Cara curti muito o post quando vi vc citando as maldades do nosso querido Yugi no mangá foi simplesmente fantástico continue postando assim.

FanHQ disse:
22 de abril de 2016 às 23:33

Bom, gostei muito do artigo. Boa ideia ao fazer antes do dia da estréia do filme Yu-Gi-Oh! The Dark Side of Dimensions no cinema, curti bastante. Mais tem que deixa um ponto negativo ( parte do artigo que eu não gostei), ao se referir o momento que Yugi soluciona o inigma do milênio. No texto está escrito "vulgo capeta" a aparição do Atem. Mas muito obrigado de coração por essa publicação.

Unknown disse:
23 de abril de 2016 às 07:33

muita escrita e episódio nem velo...